sexta-feira, 14 de novembro de 2014

8ª Postagem: Testes para avaliação de complicações e estágio da cirrose

Dispomos hoje de testes para avaliação de complicações e estágio da cirrose. São eles: Classificação de Child-Pugh, Plaquetas, Alfa-fetoproteína, FibroTest e MELD. Como já tratamos de alfa-fetoproteína nas postagens passadas, nessa postagem trataremos dos demais testes.

Classificação de Child-Pugh

Trata-se de uma estratégia utilizada por décadas, que consite na tentativa de agrupar em uma única classificação, ainda que grosseira, alguns dos fatores que seriam mais significativos no paciente com cirrose para prever o risco de submeter esses pacientes a um tratamento cirúrgico. O paciente cirrótico é classificado em três estágios (A, B e C) de acordo com o grau progressivo de complicações da cirrose;

Classificação de Child-Pugh1
ausente
1-2
3-4
ausente
leve
moderada/severa
Albumina
> 3,5
2,8-3,5
< 2,8
Bilirrubina total3
< 2,0
2,0-3,0
> 3,0
Tempo de protrombina4
1-4
4-6
> 6
Pontos:
1
2
3

A: 5-6 pontos
B: 7-9 pontos
C: 10-15 pontos

Notas: 1soma-se os pontos para cada um dos cinco itens; 2classificação de West Haven; 3na cirrose biliar primária, utilizar os seguintes valores de bilirrubina total: 1-4 (1 ponto), 4-10 (2 pontos) e > 10 (3 pontos);4segundos após o controle - é possível também utilizar o valor de RNI: < 1,7 (1 ponto), 1,7-2,3 (2 pontos) e > 2,3 (3 pontos)



A classificação de Child-Pugh, entretanto, é incapaz de prever o prognóstico (expectativa de vida), com um mínimo de precisão, quando avaliada individualmente, Hoje, é mais comumente utilizada a classificação de MELD/PELD para esse fim.

Plaquetas

A redução na quantidade de plaquetas no sangue (plaquetopenia) é comum em portadores de doenças hepáticas crônicas por cinco mecanismos principais: aumento do sequestro e destruição pelo baço aumentado (hiperesplenismo), redução na produção pela medula óssea, deficiência de ácido fólico, destruição por mecanismos imunológicos e por coagulação intravascular disseminada. Como a quantidade de plaquetas está grosseiramente relacionada ao grau de hipertensão portal (que leva à esplenomegalia e hiperplenismo), que por sua vez também é proporcional ao grau de fibrose hepática. Portanto, a dosagem de plaquetas têm sido utilizada como método indireto de avaliação do grau de fibrose hepática e como indicativo do risco de surgimento de varizes gastroesofágicas.

FibroTest®


É um método não invasivo que por meio de um algoritmo matemático com base em cinco variáveis (bilirrubina total, GGT, haptoglobina, alfa-2-macroglobulina e apoliproteina A1), com resultado entre 0 e 1, procura-se estimar o grau de fibrose hepática. O método é muito preciso para o diagnóstico de ausência (com resultado < 0,1) ou presença (>0,6) de fibrose significativa, mas é pouco útil na avaliação de estágios intermediário. É utilizado muitas vezes em substituição à biópsia hepática pré e pós tratamento.

MELD

O Modelo para Doença Hepática Terminal (Model for End-Stage Liver Disease) é uma escala numérica criada para avaliação da gravidade da doença hepática, em uma escala de 6 a 40, utilizando um algoritmo matemático baseado em três variáveis: bilirrubina total, RNI e creatinina (que mede a função do rim). O MELD, pelo seu perfil de reprodutibilidade e disponibilidade, ganhou mais importância no Brasil em 29 de março de 2006, quando o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1.160, modificando o funcionamento da ordem da lista de transplante de fígado de cronológica para gravidade, baseada neste critério.

Fontes:
http://www.hepcentro.com.br/exames.htm
Burtis, C., Ashwood, E., Bruns, D. Tietz Fundamentals of Clinical Chemistry, 5.ed. Elsevier (Halbourn, 2007)

8 comentários:

  1. Além da classificação MELD, que é a mais utilizada atualmente, a classificação Child-Pugh também pode ser utilizada com o mesmo propósito. A classificação de Child-Turcotte-Pugh usa um método de pontuação semelhante ao MELD, e , antes do desenvolvimento do modelo para doença hepática terminal, era recorrente o seu uso na estratificação da gravidade da doença hepática terminal; assim, pode ser usada como meio alternativo para avaliar pacientes para transplante hepático.

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  2. Sobre o score MELD, tratado na postagem, trabalhos recentes sugeriram que o ele, o qual de início era utilizado no âmbito da transplantação hepática, pode representar um fator preditivo de mortalidade operatória em doentes cirróticos candidatos a transplantação hepática, score este com elevada acuidade prognóstica, sendo um score simples de calcular, além de objetivo e reprodutível. Em 2007 foi proposto o score MELD-XI para doentes que realizariam terapêutica anticoagulante, e dada, inclusivamente, a variabilidade interlaboratorial do doseamento do INR. Neste trabalho foram analisados, de forma retrospectiva, 190 doentes, tendo os autores concluído a favor da sua utilidade, com fator prognóstico de mortalidade operatória na cirrose hepática, sendo a sua utilidade ainda maior com inclusão do sódio e da idade (iMELD-XI). O score MELD-XI demonstrou neste estudo uma significativa capacidade prognóstica de mortalidade operatória, comparável à do MELD e à da classificação de Child-Pugh, também abordada na postagem. O score MELD-XI em conjunto com o sódio e a idade (i-MELD-XI) é um significativo fator prognóstico de mortalidade em cirurgia eletiva, com potencial preditivo superior ao MELD "comum" e à classificação de Child-Pugh.
    Referência: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S0872-81782009000200002

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  3. Falando mais um pouco sobre o FibroTest, ele é um biomarcador não invasivo utilizado para medir o grau de fibrose hepática e a atividade necroinflamatória nas doenças do fígado. Está indicado na avaliação do fígado de pacientes com suspeita de cirrose ou fibrose hepática, como aborda a postagem, que apresentem alterações nas enzimas hepáticas, hepatite B ou C, doença metabólica (resistência a insulina, obesidade e síndrome metabólica), fatores de risco (uso de álcool e drogas), insuficiência hepática e plaquetopenia. Esse teste muitas vezes é comparado com a biópsia hepática. A biópsia hepática é uma ferramenta imperfeita; devido a erros de amostragem e tamanho biópsia (5 a 30 mm), é agora acordado que a biópsia é um "imperfeito Gold Standard". Biópsia continua a apresentar inconvenientes: 30% dos pacientes se queixam de dor, até 3% foram anotados para ter complicações graves o suficiente para exigir a hospitalização e uma taxa de 0,01-0,3% das mortes tem sido relatada. Há uma discordância média de 25% entre Fibrotest e biópsia. Metade dessas discordâncias são atribuíveis a um erro da biópsia, frequentemente muito pequena, e a outra metade para FibroTest. Os inventores afirmam que FibroTest tem valor diagnóstico e prognóstico comparável como uma biópsia 25 mm, sendo não-invasiva e facilmente reproduzível.

    Fonte: http://www.fibrotest.com.br/?page_id=197
    http://en.wikipedia.org/wiki/FibroTest

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  4. Como citado na postagem, a plaquetopenia pode estar associada á esplenomegalia que, por sua vez, pode estar diretamente relacionada com a hipertensão portal. Porém, mas não existem estudos correlacionando de forma direta ou precisa o tamanho do baço com o número de plaquetas. Ainda existe controvérsia se a plaquetopenia observada em pacientes doenças hepáticas crônicas está mais relacionada à esplenomegalia ou à própria hipertensão portal. Vale ressaltar que a plaquetopenia pode ter várias causas, o que faz necessário mais exames para a avaliação do grau de cirrose hepática, como os testes citados na postagem. Alguns sintomas da plaquetopenia são: sangramentos de forma inesperada, manchas vermelhas ou roxas sob a pele, sangramento pelo nariz ou gengivas, evacuação com sangue, vertigem constantes, dor nas articulações ou músculos e fraqueza.

    Fontes: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/plaquetopenia/214/109/
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202010000400010

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  5. Na medicina (gastroenterologia), a classificação de Child-Pugh, também conhecida como classificação de Child-Turcotte-Pugh, é usada para avaliar o prognóstico da doença hepática crônica, principalmente da cirrose. Embora tenha sido usado originalmente para predizer a mortalidade durante a cirurgia, a escala é usada atualmente para determinar o prognóstico, assim como a necessidade de transplante hepático. A pontuação emprega dois critérios clínicos e três critérios laboratoriais para a doença hepática. Cada critério é pontuado entre 1-3, com 3 indicando a condição mais severa. Critérios: Bilirrubina total (mg/dl), Albumina sérica (g/dl), TP (s) / INR, Ascite, Encefalopatia hepática. Na colangite esclerosante primária e cirrose biliar primária, os valores de referência de bilirrubina são alterados para refletir o fato de que estas doenças apresentam níveis altos de bilirrubina conjugada. Nestas doenças, o limite superior para 1 ponto é de 4 mg/dl e o limite superior para 2 pontos é de 10 mg/dl.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_Child-Pugh

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  6. É importante citar a importância das plaquetas. São elas que protegem o organismo contra uma perda excessiva de sangue. Quando nos ferimos, as plaquetas se fixam nas áreas onde os vasos foram cortados e então liberam a serotonina contida em seus grânulos citoplasmáticos. O que ocorre é que os vasos sanguíneos são retraídos (vasoconstrição), por causa da serotonina, e assim diminui a perda de sangue. Logo em seguida, as plaquetas se juntam e grudam no local lesado, formando uma espécie de tampão que impede a saída do sangue. Ao mesmo tempo, liberam substâncias como ativadores de protrombina, que é uma proteína existente no plasma sanguíneo. Quando a protrombina é ativada ela se transforma em trombina, que reage com o fribrinogênio, outra proteína existente no plasma. Após essa reação o fribrinogênio se transforma em fibrina, que forma uma rede insolúvel sobre o tampão constituído pelas plaquetas dando origem ao coágulo.
    Fonte: http://www.infoescola.com/sangue/plaquetas/

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  7. É interessante falar do PELD (Pediatric End-stage Liver DISEASE) que é um valor numérico similar ao MELD mas aplicado para crianças com menos de 12 anos, que leva em conta o resultado laboratoriais de exames diferentes, ou seja:
    Bilirrubina, que mede a eficiência do fígado excretar bile;
    Albumina, uma medida da habilidade do fígado em manter a nutrição e
    RNI - Relação Normalizada Internacional - uma medida da atividade da protombina, que mede a função do fígado com respeito a produção de fatores de coagulação.
    fonte:http://cassiodiegoo.blogspot.com.br/2012/08/criterios-meld-e-peld-o-que-sao-e-para.html

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  8. Ei Tony! Obrigado por essa paz de informação que você compartilhou sobre o Dr. Iyabiye sobre a cura da hepatite, ele é de fato uma bênção, entrei em contato com ele e me curei depois de aplicar seu tratamento. Ele me enviou o medicamento através do serviço de correio DHL foi fácil para mim e eu tomei o remédio por 4 semanas e fui para o hospital depois para um teste e foi negativo. Eu vim até aqui para lhe dizer que você está certo sobre a medicação dele, está tudo bem comigo agora. Muito obrigado. Apenas no caso de alguém lá fora, que vai gostar de alcançá-lo, aqui está o seu contato: iyabiyehealinghome@gmail.com Call / Whatsapp: +2348072229413

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